quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

A Sindrome de Pero Vaz

Pode um fiscal de renda, um fiscal da receita, um fiscal alfandegário ganhar um salário mínimo? A resposta,é não, claro. Assim, como certas tarefas, a baixa remuneração leva a vulnerabilidade para ser corrompido, o mesmo ocorre com a produtividade de qualquer trabalhador. Como aumentar a produtividade do trabalhador seja ele público ou privado? Simples, basta motivá-lo. Como motivá-lo? Maslow explica e classifica as motivações. Está provado que o aumento na remuneração do trabalhador eleva, por um curto período, a motivação no trabalho. Rapidamente ele necessita de algo mais para continuar motivado.

A produtividade da máquina e conseqüentemente dos serviços do Estado, passa por algumas variáveis, como tecnologia, capital, qualificação do servidor, processos mais ágeis, desburocratização etc. Quanto à remuneração do servidor outra variável importante, uma regra bem definida para ser alcançada por aqueles que realmente trabalham (por ser a única fonte de renda), é necessária, e esta regra é chamada de Plano de Cargos e Salários. O Governador da Paraíba vem quebrando paradigmas a um custo político alto, não só para ele como para o legislativo querendo implantar tais regras.

O Governador, em seu discurso de posse, sinalizou aos prefeitos e ao legislativo que é preciso mudar a maneira de se fazer política. O prefeito e o deputado devem trabalhar pela sua região, trazendo obras, melhoria na qualidade de vida, investimentos etc. Acabar com a velha prática do empreguismo, expurgar da Paraíba, em definitivo, a “Síndrome de Pero Vaz”. O aumento da folha de pagamento estrangula as receitas do Estado, comprometendo investimentos que venham realmente trazer benéficos coletivos.

O que a sociedade precisa saber, além do esforço de modernização do estado, é que essa chiadeira toda, é em defesa daqueles (grande maioria) privilegiados do passado, e que continuariam sendo beneficiados as custas do contribuinte, caso nada fosse feito. A bola de neve desabaria na Previdência. A Paraíba deve dar graças a Deus ter um governante corajoso e de idéias modernistas. Como o governador disse, nas duas campanhas, “não está escrito em lugar algum que a Paraíba tenha que ser pobre, atrasada”.

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Os jornalistas do Sistema são muito engraçados e sem senso crítico

Helder Moura dá espaço para um leitor frustado que diz: “...do jeito que anda o tratamento do governador conosco que se empenhou nessa campanha vitoriosa (exonerou cinco mil soldados de campanha) é mais fácil estarmos nesse bloco do Mago. Se soubéssemos que “a maquina iria enxugar”, com certeza não ficaríamos amarelos na campanha, mas sim vermelhos, porque é a cor que ele nos deixou depois de termos sido amarelos”.

O leitor fala do seu empenho e justifica o porquê, para manter suas regalias.
O leitor fala de soldados e aí eu pergunto: Soldados ou mercenários, que lutam em troca dos saques?

A incoerência jornalística desse Sistema é algo que aborrece.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Púlico Versus Privado

No setor privado, as gratificações e vantagens não são incorporadas aos salários. Muitas vezes elas vêm em forma de:
a) Viatura, com combustível pago, para o executivo;
b) Pagamento com instrução para os dependentes;
c) Alimentação;
d) Pagamento do aluguel e do condomínio e
e) Até mesmo viagem(ns) de férias para a família.

Por que elas não são incorporadas aos salários? Para não onerar a folha com as obrigações sociais e as indenizações, quando estes forem dispensados dos cargos.

O setor privado usa uma lógica racional e prática.

Já o setor público... Aqui na Paraíba, o servidor que tivesse um padrinho político e mantê-se sua gratificação por 8 anos consecutivos (lembrem-se dos dois mandatos de Maranhão), incorporava esta vantagem aos vencimentos. Com isto, não só onera a folha de pagamento, bem como as aposentadorias. Este festival é pago por quem? Por todos nós que pagamos impostos. Toda a sociedade paraibana, sem ser consultada, contribui para este festival beneficente dos apadrinhados políticos. Pois bem, o Governo Cássio I, teve a coragem de acabar com esse desfalque nos cofres públicos, mesmo sabendo que isso traria prejuízo político, como trouxe. Nessas últimas eleições, o servidor público votou em peso contra o governador. Foi ou não foi? Nesta mesma Lei complementar, foi retirada a Licença Especial, que dava ao funcionário do estado, o direito de gozar ou incorporar, para tempo de aposentadoria, 6 meses para cada 5 anos “trabalhados”. Por que o trabalhador não tem esses direitos?

Ninguém fala nada a respeito dessas medidas, que elevou o a Paraíba ao status de Estado Moderno. Claro que não falaram, não falam e não vão falar. Ficaram calados e assistindo a toda farra administrativa do passado. Se é que não foram beneficiados, direta ou indiretamente.

A Lei do anti-nepotísmo, outra seriedade, outro ato moderno de estado. Ninguém comenta nada. Como se o nepotismo fosse algo correto e saudável para a sociedade e o bem-comum.

Meus comentários não vão até a área dos fundamentos de administração, não só para não cansar o leitor, como também me falta conhecimento profundo da matéria, mas com certeza as leis, os axiomas e as teorias da ciência da administração corroboram com o que foi comentado. Minha lógica, meu discernimento permite-me avaliar que tais medidas são necessárias para o bem do Estado, e reconheço a coragem de um governante tomar tais medidas tão antipáticas.

Agora, as colunas de certos jornalistas servem de palanque em defesa dos apadrinhados do passado, que tanto prejudicam a todos nós, inclusive a eles, pagadores de impostos como nós. Mas os interesses deles vão além dos nossos, haja vista serem servidores federais e não vão precisar da PB-PREV.

Meu Deus!, iluminai os corações e mentes da imprensa paraibana.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

A Vergonha Parlamentar

Notícia da Globo (veja site) http://g1.globo.com/Noticias/0,,MUL2281-5601,00.html
Dos 74 parlamentares processados ou investigados 12 são do PT (16,23%) e 16 do PMDB (21,62%). Só nesses dois partidos aliados ao Governo Lula perfazem quase 38%.
A Paraíba tem dois Deputados na lista, um deles é Ronaldo Cunha Lima. Sabem por quê? Pelo atentado a Burity. Nada que imacule a sua postura política, seu compromisso com o povo. Agora, ele foi autor da emenda sobre a extinção da imunidade parlamentar. Quem comenta sobre isso? Quem elogia tal atitude? O deputado Ronaldo mostra, com essa atitude, que representa a vontade popular, mesmo que esta venha a prejudicá-lo. Seu real compromisso é com o povo. O que difere dos compromissos de certos jornalistas. O Ronaldo, tem sua consciência tranquila e age como um parlamentar compromissado com seus ideais. Este sim, pode falar, escrever e ser respeitado. Se alguém duvidar do que está escrito aqui vá à página http://g1.globo.com/Noticias/0,,MUL2628-5601,00.html

Nada a Comentar (por enquanto)

Vejam esta página no site da Globo: http://g1.globo.com/Noticias/0,,MUL2280-5601-5589,00.html
A manchete: "Em cada 7 deputados 1 é processado ou investigado por crimes".
Agora, imaginem metade de uma bancada estadual indiciada num único caso, "os sangue-sugas".
Porém, a imprensa paraibana se faz de cega e surda, nada comenta.

Os Dois Lados de uma Moeda Viciada

Determinados jornalistas cometem auto-estupro de consciência quando suas idéias vão de encontro ao que eles escrevem por conveniência ou por oportunismo. Vejam o que o site da Globo escreveu sobre Lula, com relação a paralisia que este governo re-eleito em 2006, vem submetendo a Nação: http://g1.globo.com/Noticias/0,,MUL6988-5601,00.html
“Em reuniões com aliados do PC do B e do PSB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou não ter pressa para anunciar os nomes dos novos integrantes do governo e avisou que a reforma ministerial só sairá a partir da segunda quinzena de março”.
“A eleição para a sucessão na presidência do PMDB, prevista para 11 de março, e a consolidação do quadro governista no Congresso são os dois fatores que induzem o presidente a adiar ainda mais o anúncio do ministério. Os dirigentes dos dois aliados históricos de Lula e do PT saíram do Palácio do Planalto nesta quinta-feira (22) com a indicação de que haverá mais uma conversa, que seria a última, com Lula.O presidente não tem o ministério montado. Ele salientou que não está com pressa e que vai conversar com os outros partidos novamente”, disse o presidente do PC do B, Renato Rabelo”.
“O líder comunista na Câmara, deputado Renildo Calheiros (PE), foi além. “Todo o discurso do presidente dá a entender que a reforma passará com folga a convenção do PMDB. Se conosco, que o pleito é pequeno, vai haver mais uma reunião, imagina com os outros”, disse”.
”A convenção do PMDB para eleger o novo presidente está marcada para 11 de março. A disputa está entre o atual presidente, o deputado Michel Temer (SP), e o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim. Temer representa a bancada na Câmara, enquanto Jobim tem apoio dos antigos aliados de Lula no Senado, Renan Calheiros (AL) e José Sarney (AP)”.
”Na reunião com a cúpula do PSB, Lula disse que não está ansioso para realizar a reforma e que vai “aguardar os fatos políticos estabilizarem o quadro”. O presidente também quer saber qual tamanho terão os partidos aliados após o chamado “troca-troca” parlamentar”.
“O presidente teria dito que, apesar dos obstáculos, considera que não terá problemas para acomodar os interesses de todos os aliados, já que dispõe de muitos cargos na administração pública além dos ministérios”. ”No entanto, na vitrine do governo, Lula considera dois os focos de maiores dificuldades: PMDB e PT. Ele demonstra contrariedade em ainda ter de fazer negociações duplas com os peemedebistas. O presidente diz que a conversa com o presidente do partido, deputado Michel Temer (SP), não contempla os interesses do Senado e que ainda não viu a chamada união peemedebista”.

Ora, Lula mantém engessadas, por conveniência, decisões políticas e administrativas. No entanto, o Governo da Paraíba jamais poderia fazê-lo, à luz das idéias esquerdistas, já que os interesses do povo e não de grupos é o que importa.

Entretanto, jamais veremos estes jornalistas escreverem algo a respeito desse posicionamento de Lula, que eu denomino de “paralisia oportuna”.

E vejam esta:
“Além da clara divisão entre as bancadas do PMDB na Câmara e Senado, há dificuldade de consenso entre os deputados. O caso da Saúde é emblemático. O presidente gostaria de indicar o médico sanitarista José Gomes Temporão, avalizado pelo governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, mas a bancada na Câmara pressiona por um deputado. Hoje, o mais cotado é Marcelo Castro (PI), que tem boa interlocução com o governador do Piauí, o petista Wellington Dias”. ”Não bastassem os problemas no PMDB, Lula demonstrou aos integrantes do PSB estar preocupado com o PT, especificamente com a indicação da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy”. ”A petista poderia ser nomeada para as Cidades ou para a Educação, mas o Ministério das Cidades está nas mãos do PP, e o partido reluta em passá-lo para as mãos dos petistas. E Lula manifesta apreço pelo trabalho de Fernando Haddad no Ministério da Educação e não desejaria trocá-lo”.
“Para integrantes do PSB, o fato de Lula ter pedido ajustes a Haddad nos programas de de formação de jovens e aceleração do processo de implantação da Universidade do ABC significaria que ele permanecerá no cargo”.
Enquanto a corrupção ocupa a sala, a seriedade fica na área de serviço timidamente espiando a festa do caos. E a Marta como Ministra da Educação, órgão responsável pela formação do pensamento crítifco da sociedade, vai expurgar estes tímidos espectadores de participarem em definitivo desta orgia que é a política brasileira. O que é muito cômodo e oportuno para o “projeto de poder” desenhado pelo Governo Lula.

Vejam a dificuldade do Governo Lula para compor sua base:
“O senador socialista afirmou ainda que o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) vai continuar na Câmara e não pretende assumir um ministério. Ciro foi ministro da Integração Nacional.
"Nós conversamos com o Ciro. O presidente já conversou com o Ciro. E ele disse que não deseja ocupar um ministério, que prefere continuar na Câmara", disse Casagrande”.
O que será que Ciro estará vendo no horizonte político?
Tudo pode acontecer no mundo do PT, Mas para os jornalistas paraibanos tudo que o governo eleito da Paraíba fizer, mesmo que outros façam da mesma forma, é motivo para ser criticado. Por que será?
Veja esta página, comentada pelo jornalista da Folha de São Paulo, Kennedy Alencar: http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult511u292.shtml

Quem tem um espaço para escrever, tem a obrigação de ser imparcial, tem a obrigação de procurar mostar a verdade, de revelar os acontecimentos reais. Caso contrário, o que é escrito será facilmente rebatido, mesmo por aqueles com pelo menos dois neurônios. bastam que esses neurônios processem-se dialeticamente.

Quem Não Sabe?

O colunista, hoje em sua coluna, transcreve pronunciamento do Deputado Vitalzinho, afirmando que as contas do Governo Maranhão estavam em dia. Para mim, embora o colunista não tenha afirmado textualmente, ele corrobora com tal pronunciamento. Se assim não fosse, ele não teria transcrito, talvez pelo pingo de consciência que lhe resta.
Agora, vamos aos fatos:
a) O salário dos funcionários de dezembro/2002, só foram pagos pelo governo sucessor;
b) As parcelas do 13º, também e,
c) O número de obras inacabadas que foram deixadas paralisou o governo e talvez (não sei e nem vou cometer tal erro em afirmar categoricamente) grande parte dos recursos que vieram do Governo Federal tenham sido justamente para concluir o engodo eleitoral de 2002. Forjando um Mestre de Obras (Inacabadas).
O colunista vai mais longe quando ironiza o fato do governo pagar a dívida da União, mesmo sabendo que o Governo do Estado da Paraíba repassou R$ 1,4 bilhão e em contrapartida só recebeu R$ 236 milhões. No lugar de usar sua coluna para defender os interesses da Paraíba, fica tripudiando desse tratamento desigual. Para eles quanto pior para a Paraíba nesse momento, melhor.
Que todos sejam massacrados e sacrificados pela causa, que é que trazer de volta ao governo o velho esquema que paralisou a Paraíba por 8 anos. Eles reproduzem os índices, mas até mesmo os menos inteligentes sabem que índices e indicadores são resultados construídos a médio e longo prazo. O aumento, tão desejado, na participação do PIB nordestino virá, porém daqui algum tempo, quando as empresas que aqui se instalaram (no governo 2003 a 2006), começarem a gerar os resultados macroeconômicos.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Uma Notícia de Verdade

O telejornal da Globo, ontem, deu notícia com a seguinte manchete: "TSE cassou 203 por compra de votos".http://g1.globo.com/Noticias/0,,MUL6944-5601,00.html (veja neste link).
Agora, um jornalismo sério, ao comentar esta notícia, deverá dizer que dos 1349 processos, nos últimos 5 anos, menos 134, que ainda faltam serem julgados, totalizam 1215 processos, e dentre estes, 203 tiveram julgamentos favoráveis a cassação, o que representa 16,71%. Lembro ao leitor, que caso este último processo contra o Senador Maranhão suba ao TSE hoje, que vem se arrastando há quatro anos no TRE, faz perder a clareza estatística. Deveriam, os "jornalistas" informarem ao leitor, como faço aqui, como um governador e um senador foram cassados, para que o leitor seja respeitado, obtendo todas as informações para que possa fazer seu juízo de valor.

Só para ilustrar, o caso do senador João Capiberibe, clique aqui http://www.consciencia.net/corrupcao/capiberibe.html
e vejam por vocês neste link.

Agora o caso do Governador, cassado, Flamarion Portela
A condenação e cassação do mandato de Flamarion Portela se deu em razão do governador, como candidato à reeleição em 2002, ter proposto mensagem de urgência à Assembléia Legislativa, entre o primeiro e o segundo turno, instituindo benefícios sociais, o que teria influenciado no resultado final da eleição.
http://www.stf.gov.br/noticias/imprensa/ultimas/ler.asp?CODIGO=117864&tip=UN
Observem que o link é do STF.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u85320.shtml
Mais detalhes.

Agora, a ficha deste Governador cassado e compare com o caso do Governador da Paraíba.
VEJA 14/09/2003
Um governo infestado de gafanhotos
Com dúzias de autoridades e 5.000 cidadãos humildes, Roraima recria a praga da corrupção

Malu Gaspar, de Boa Vista
O governador de Roraima, Flamarion Portela, o único da atual safra de governadores a filiar-se ao PT depois da posse, teve uma discreta audiência com o ministro José Dirceu, no Palácio do Planalto, na noite de quinta-feira passada. Oficialmente, o governador desembarcou em Brasília com três assuntos na bagagem: problemas fundiários, demarcação de terras indígenas e liberação de verbas federais. A parte mais quente da agenda, porém, estava oculta e dizia respeito a um desconcertante desvio de dinheiro público em seu Estado, cujos meandros estão sendo revelados por uma profunda investigação oficial. Com uma economia precária, Roraima responde por apenas 0,1% do PIB brasileiro e sua sobrevivência é garantida por recursos de Brasília, que banca mais de 80% das despesas do Estado. Apesar da penúria, o governo estadual concebeu, implantou e manipulou clandestinamente, por pelo menos cinco anos, uma abusada tecnologia de desfalque na folha salarial do funcionalismo público. Estima-se que o esquema tenha sugado, em média, 70 milhões de reais por ano – uma enormidade, equivalente a mais de 10% do orçamento do Estado – e se tornado epidemia, um caso de corrupção institucionalizada.

O desvio, que está sendo investigado por equipes da Polícia Federal e dos Ministérios Públicos Estadual e Federal, tinha uma abrangência notável. Entre os 42.000 servidores estaduais, havia 5.000 funcionários "gafanhotos", como se diz no vocabulário local, numa alusão ao inseto que come folhas – no caso, folhas de pagamento. Os gafanhotos tinham o nome incluído na folha do Estado, mas em geral nem sabiam disso, e o grosso do salário deles era embolsado por terceiros. Maria Ivanilde Arruda, 40 anos, era um gafanhoto. No início de 2002, ela pediu ajuda a um deputado estadual. Para ganhar o auxílio financeiro, Ivanilde teve de comparecer a um cartório, acompanhada pelo "pessoal do deputado", e precisou "assinar um papel". Sem saber, virara servidora pública e, ao mesmo tempo, passara uma procuração aos assessores do deputado. No fim do mês, os assessores sacavam o salário de Ivanilde, de 1.000 reais, davam-lhe entre 100 e 200 reais e embolsavam o resto. "Se eu ganhasse 1.000 reais, não tinha passado tanto aperreio", disse ela, ao descobrir o rolo.

Entre os 5.000 gafanhotos, 176 nem moravam em Roraima. Espalhavam-se por dezoito Estados do Brasil. Apesar da quantidade de envolvidos e do espraiamento geográfico, o esquema aparentemente beneficiava um grupo restrito. Até agora, os investigadores examinaram as procurações outorgadas por 1.366 gafanhotos e, surpresos, descobriram que os outorgados formam um grupo reduzidíssimo: sessenta pessoas. Analisando-se quem são, fez-se outra descoberta interessante. A esmagadora maioria dos procuradores era formada por parentes ou funcionários de vinte deputados estaduais, dois dos quais são hoje altos auxiliares de Flamarion Portela e três, conselheiros do Tribunal de Contas do Estado. São esposas, irmãos, filhos, primos, sobrinhos e filhos adotivos, além de secretárias e assessores. O campeão é o deputado estadual Jalser Renier Padilha, 31 anos, que começou a carreira parlamentar como radialista e hoje mora numa das residências mais suntuosas de Boa Vista, com piscina coberta e aquário no chão do quarto. Duas assessoras do jovem deputado detêm procurações de 135 gafanhotos, cujos salários somam 243.000 reais mensais.

O deputado admite que indicava quem lhe pedia ajuda para um emprego público, mas diz que jamais soube das procurações em poder de suas assessoras. "Eu indico as pessoas, e o Estado amadurece a idéia de empregar ou não", diz ele. "Roraima é um Estado muito pobre, não tem outra fonte de receita a não ser a economia do contracheque." A turma ligada ao presidente da Assembléia Legislativa, Antonio Mecias Pereira de Jesus, reúne procurações de 111 gafanhotos, num total salarial de 213.000 reais por mês. Nenhum dos deputados cujos parentes aparecem entre os sessenta procuradores fatura menos de 40.000 reais. Entre os conselheiros do Tribunal de Contas, a maior remuneração é de 51.000 reais mensais – no caso, de procuradores aparentados do conselheiro Henrique Machado, ex-deputado estadual. Apesar do tamanho que já assumiu, com a tomada de 480 depoimentos num único mês, a investigação está longe do fim. Falta abrir cinqüenta caixas de documentos apreendidos na Amazon Service Bank, empresa que, contratada pelo governo estadual, fazia o pagamento aos procuradores dos gafanhotos.

"A certeza da impunidade era tanta que não houve preocupação em esconder os documentos", afirma o delegado Julio Baida Filho, que preside o inquérito da Polícia Federal. "A fraude está amplamente documentada." Desde o ano passado, quando Neudo Campos governava Roraima, sabia-se da existência de irregularidades na folha salarial, mas o que viera a público era apenas um pequeno pedaço do esquema. Falava-se, na época, que vinte pessoas tinham procuração em nome de pouco mais de 300 servidores e embolsavam, por ano, 7 milhões de reais. As investigações mostram que o negócio era tão mais amplo que ganhou ares de um caso exemplar de espoliação do bem público – em que somente sessenta pessoas, ligadas a duas dúzias de autoridades, engambelam milhares de cidadãos humildes e privatizam um naco respeitável do Erário. São tantos os tentáculos, e tantos os envolvidos para um Estado com apenas 330 000 habitantes, que, nos bares e restaurantes de Boa Vista, é comum flagrar grupos discutindo o assunto – e especulando quem, entre os sentados às mesas vizinhas, pode estar implicado no caso.

Segundo as investigações, a praga começou a infestar o Estado em 1998, às vésperas do ínicio do segundo mandato de Neudo Campos, que autorizava a contratação da gafanhotada indicada por parlamentares. "Admitir funcionários é uma coisa, saber que eles não trabalhavam é outra. Para mim, todos trabalhavam", diz o ex-governador. O vice, na época, era o próprio Flamarion Portela, o atual governador que concorreu ao cargo pelo PSL e, depois de empossado, se bandeou para o PT. Na quarta-feira passada, o governador concordou em receber VEJA em seu gabinete em Boa Vista, mas não apareceu no encontro. Depois disso, a revista voltou a procurar sua assessoria para tentar um novo contato em Boa Vista ou em Brasília, para onde o governador embarcara no meio da semana. Apesar das tentativas, Flamarion Portela não conversou com VEJA. Seu assessor de imprensa, Péricles Peruschi, disse que, na audiência com o ministro José Dirceu, o governador nem sequer tocaria no assunto dos gafanhotos, dado que se trata de uma herança da gestão anterior. "O Flamarion é só um espectador nesse processo", explicou.

Em depoimento prestado ao Ministério Público, Carlos Levischi, diretor do Departamento de Estradas de Rodagem, uma lavoura com 800 gafanhotos, contou que o ex-governador Neudo Campos determinava a cota de gafanhotos de cada deputado estadual, mas, em sua ausência, quem comandava o esquema era o vice, Flamarion Portela. A investigação constatou ainda que, desde abril de 2002, quando Flamarion assumiu o governo na licença eleitoral de Neudo Campos, a gafanhotada não apenas seguiu comendo a folha salarial como até se multiplicou. Em dezembro, a remuneração dos gafanhotos somava 24 milhões de reais, o dobro do início do ano. Além disso, o atual governo nomeou, para cargos importantes, pelo menos quatro pessoas acusadas de envolvimento direto no caso, incluindo aí o atual titular da Secretaria da Fazenda, cargo estratégico na disseminação da praga dos insetos. Agora, depois de um acordo com o Ministério Público, o atual governador está fazendo os primeiros concursos da história de Roraima, e o maior já abriu inscrições para o preenchimento de 8.000 vagas, num procedimento que, se feito com lisura, poderá salvar a lavoura".

Compra de votos e abuso do poder econômico corrompe uma eleição, ou seja, a verdadeira vontade popular, expressada através do voto livre e consciente, é manipulada. Gerando um resultado falso contradizendo tudo que a Democracia representa. Sentenças de cassação contra tais atos é dever da justiça punir, é dever do cidadão denunciar. Daí, comparar os crimes imputados ao Governador, cassado, de Roraima com o Governador da Paraíba, não só é muita má fé, como também sujar, manchar, macular toda a Paraíba.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Coluna ou Lavanderia?

Como são interessantes a manipulação dos fatos e a deturpação da notícia. O Sr. Rubens Nóbrega hoje dedica sua coluna a uma briguinha de “comadres” e picuinhas do Dr. Aníbal. No lugar de dizer que a atitude do vereador não é digna de um político sério, que deveria conduzir as questões com sabedoria, com respeito aos colegas, com a lealdade ao partido etc, o jornalista faz justamente o inverso, dá razão, aplaude e abre sua coluna à disposição para que sejam feitas mais acusações. Acusações, que eu e o jornalista não sabemos até que ponto são verdadeiras, mesmo porque, todos nós sabemos que um incidente tem 3 versões, a do agressor, a do agredido e a verdadeira. Para o jornalista, tudo que o Dr. Aníbal disser contra um auxiliar de Cássio será verdade. Esta é a premissa para toda argumentação dessa coluna. Ès Cássio? Soy contra.


O mais interessante disso tudo é que o Dr. Aníbal já foi trucidado nesse jornal pelos colunistas, e hoje ele veste o avental nessa lavanderia e pousa de herói e moralista.


Hoje o colunista se desnuda por completo, além de mostrar a lavanderia que é a sua coluna, chega ao cúmulo de dizer que o anti-nepotísmo de Cássio é um marketing político, desfazendo de um ato moderno e digno de país civilizado, que poucos tiveram a coragem de fazer. Não é fácil Sr Jornalista, um governante praticar o anti-nepotísmo, contrariando interesses (de Cajazeiras a Cabedelo). Vamos, tenha a coragem de aprofundar este assunto. Você não aprofunda porque seus aliados não fizeram e não vão fazer (Ricardo e Veneziano). Como disse ontem, Ricardo está cada vez mais distante do seu discurso de honestidade e seriedade com a coisa pública.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Ricardo - O Salvador das Praças

As praças servem para embelezar as cidades, com suas flores e jardins, contar parte de sua história, homenagear homens ilustres da terra, refrescar as cidades com suas árvores, escoar as águas das chuvas, servindo como drenos (por isso as casas são obrigadas a deixarem áreas permeáveis em seus terrenos). Além desse papel intrínsecamente urbano, elas serviam à sociedade como ponto de encontros, principalmente nos finais de semana, onde a sociedade local se reunia para a paquera e conversas sociais. Elas tinham no centro uma edificação chamada de coreto onde uma banda de música tocava para os presentes.

Com o passar do tempo, a sociedade muda seus hábitos e costumes. Isto é natural e faz parte da evolução social. Coisas que antes tinham certas utilidades passam a não mais tê-las ou modificar o seu uso. Hoje, as praças não são mais usadas pelos jovens como ponto de encontro para a paquera, as senhoras não se reunem mais para as conversas sociais, os homens não se reunem mais para as discursões políticas e esportivas. Aquelas praças que dão condições para a prática da caminhada, por serem amplas e com uma boa calçada, ainda são usadas pela sociedade local, mas fora isso, o que se vê nas praças são desocupados sentados a espreita de um descuido ou de algum “cliente”, seja do sexo ou de alguma substância proibida.

Pergunto: Como estão as praças no centro da nossa cidade? A praça Don Adauto é um tapete de pedras esquentando mais ainda a cidade. Alí poderíamos ter mais verde, o mesmo acontecendo com a Praça João Pessoa. E o abandono da Praça da Independência? E o Parque Solon de Lucena, o nosso cartão postal, a quantas anda?

A Lei obriga ao proprietário do loteamento a deixar área(s) reservada(s) para praça(s), no entanto, o poder executivo local não faz a sua parte, deixando ali um imenso espaço vazio enfeiando o bairro, servindo apenas para os mais "sabidos" instalarem nesses locais seus botecos ou seus pequenos negócios. Esses invasores, além de não cuidarem dessas áreas comuns, ajudam a deteriorá-las, quando não são vendidas pela própria prefeitura, posteriormente, a construtores, perdendo com isso o proprietário do loteamento que deixou de vender aquele pedaço de chão e a sociedade que não tem os benefícios urbanos descritos acima.

No lugar de se tirar os camelôs das ruas do centro, o correto seria interditar parte do centro para os veículos automotores, restaurar as praças e as calçadas dessas áreas. Com essa ampliação, poderia padronizar as barracas daqueles pequenos comerciantes que defendem o pão da sua família e estão fora da marginalidade, mal que vem crescendo nas cidades. Estes pequenos comerciantes são vítimas de um modelo econômico cruel que fabrica, em escala, o desemprego, e não os cidadãos de João Pessoa privado de andar pelas ruas do centro. Cabe ao administrador ser criativo e resolver o problema de todos os envolvidos.

Senhor Prefeito, assim como o Presidente, o senhor cada vez mais se distancia do seu discurso, que o fez “O Salvador”. Lembro a Vossa Excelência que quando um político perde o seu discurso, seu destino será o exemplo do fracasso.

A demagogia enquadrada e em forma de quadrados, é um engodo que vem dando certo. Jornalistas vêm rasgando elogios a estes feitos, como se nossa cidade tivesse belos jardins, monumentos bem cuidados, baheiros públicos à vontade, ruas bem sinalizadas, limpas e bem conservadas. Tudo está perfeito, só faltava salvar as praças!

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Os Entendidos

Na coluna de Helder Moura de ontem (dia 01/02/07), com o título FAVORITISMOS, dava como certa a vitória de Wilson Santiago para a 1ª Secretaria, dizia o jornalista que só havendo uma zebra e foi mais longe em sua análise ao escrever que a reeleição de Efraim Moraes seria uma incógnita. Como eu esperava, a lógica deu o inverso nos dois casos. Efraim se mantém como 1º Secretário e o Wilson Santiago perdeu a disputa. Dois erros de análise em uma mesma coluna deve-se ao fato de que, cotidianamente, alguns jornalistas escrevem o que desejam e não analisam os fatos e as informações de forma imparcial, condição sine qua non na ética jornalística. Vem aquela máxima, "contra fatos não existem argumentos". E assim foi na última eleição, quando o "favoritísmo" da oposição era dado como verdade e agora no que se refere a cassação.
Com esses discernimentos, estou entendendo porque eles insistem em afirmar que JM vai assumir.
PUNIR OS CULPADOS - Helder Moura (vide link)
Rapidamente, sem entrar em detalhes, o jornalista comenta a implicação do atual Secretário do município, Fred Pitanga, no caso da confraria e, em seguida, com sua ironia peculiar, começa a cobrar do novo Secretário de Segurança do Estado, Eitel Santiago, resultados nas investigações, incluindo o incidente dos fogos no reveillon.
Vandalísmos e sabotagens são atos que devem ser banidos e punidos para que deixem de existir defintivamente, mesmo porque, é um embrião do terrorismo. No entanto, tais atos tem origens muito distantes.
Vejamos um caso famoso que, por coincidência, ocorreu durante um revellion. O governador Burity inaugurava a via litorânea de Intermares quando um vândalo jogou um cabo na rede elétrica que atendia todos os bairros da orla de JP a partir do Miramar até o Bessa, incluindo o bairro do Cabo Branco e toda a cidade de Cabedelo. Tal ato prejudicou todas as festas, fossem elas nas residências (nas varandas), nos clubes ou boates, locais onde a sociedade brindava a passagem do ano naquela época. Os prejuízos foram incalculáveis, sem falar que clínicas, hospitais, delegacias, ruas e avenidas, todas ficaram sem energia e, consequentemente, sem iluminação.
Faço a seguinte pergunta: Quem teria encomendado aquela sabotagem? Sr jornalista, se eu fosse o Secretário Eitel neste caso, começaria investigando pessoas mais próximas e aliadas ao prefeito.
O DIA DE SÃO NUNCA - Rubens Nóbrega (vide link)
Novamente o carrossel dá mais uma volta, ou seja, o assunto da cassação. Parafraseando-o, o único jeito de JM assumir o governo é ser encaminhado ao Poder Executivo pelo Poder Judiciário, pois o art. 1º da Constituição Federal em seu Parágrafo único - "Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição" - de nada vale para estes anti-democratas.
Quem vai para as calendas é o jornalísmo imparcial e ético.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

O Carrossel

Sei que vocês sabem o que é um carrossel, um monte de quadrúpedes girando, girando e girando e não indo a lugar algum. Pois bem, mais uma vez a imprensa paraibana vem cansando os paraibanos com uma super cobertura dos processos de cassação e crimes eleitorais nunca visto. Não me lembro de ter havido tamanha cobertura e me pergunto, por que isso?
Primeira hipótese - O proprietário do Sistema de Comunicação quer, a todo custo, ser senador sem ter tido um único voto, sem ter nenhum compromisso com seus representados no senado. Pode ser legal, mas não é legítima essa representatividade. Culpa da legislação eleitoral que permite tais aberrações, e isto, não é criticado na imprensa paraibana, que deveria estar em campanha pelas reformas administrativas, tributárias e eleitorais. Segunda hipótese - O candidato derrotado nas últimas eleições tinha como certa sua vitória desde a época que o candidato vitorioso havia assumido seu primeiro mandato. Inclusive, chamava-o de inquilino do Palácio da Redenção. Tal bravata, foi detonada pelos paraibanos que renovaram o contrato de aluguel, e isto vem alimentando a raiva, a frustração que emerge dos derrotados. Pode ser um direito de espernear, mas que é muito deselegante, isso é.
A Justiça trás em uma das mãos uma balança com dois pratos, simbolizando a igualdade do direito, ou seja a Lei é para ambos os lados, todos os ritos processuais valem para os dois lados, então devemos perguntar, não sei se a nós mesmo ou aos jornalistas que se reservam nesse assunto na tentativa de não cansar o leitor. No caso inverso, os advogados da oposição (vide Helder Moura no link desta página), não agiriam da mesma forma? Será que eles negligenciariam na defesa, abrindo mão dos direitos dos seus clientes? Seria de uma incompetência vergonhosa, caso agissem assim.
E por falar em vergonha, o jornalista poderia explicar aos seus leitores a diferença entre confraria e sanguessuga. Por que Cícero não olharia nos olhos dos seus pares ou envergonharia a Paraíba e Ney Suassuna não? Moralmente, pode-se roubar dinheiro da saúde de um povo carente de justiça, de comida, de escola?
Na verdade, o crime imputado a Ney envergonhou a Paraíba nacionalmente.
Essa imprensa sofística também envergonha. Manipulando fatos, maquilando a verdade. É fácil encontrar livros, jornais, revistas, filmes que mostram os horrores do holocausto, mas não é fácil encontrar algo que mostre os horrores de Nagasaki e Hiroshima ou que difame os americanos por este ato que em 15 segundos matou 40 mil crianças só na cidade de Hiroshima, enquanto o holocausto levou anos. Fico pensando como tais fatos seriam tratados por esses jornalistas. Os alemães a encarnação do Mal, os americanos brindaram o mundo com um show pirotécno de invejar Ricardo. Para mim, o Enola Gay (nome em homenagem a mãe do piloto) pariu o fogo da desgraça que deu início a supremacia de uma nação que aterroriza até hoje a humanidade. Como se vê, tudo é uma questão de ponto-de-vista.